Por Victor Armenteros
Jó era fiel a Deus e odiava o pecado. Além disso, era pai de uma extensa família de sete filhos e três filhas. Era tão rico que podia ser considerado o homem de maior influência de todo o Oriente. Podemos dizer que Jó dava um bom testemunho dos crentes em Deus. Estou certo de que, em muitas ocasiões, comentou-se que ele era muito abençoado porque fazia o que era certo e porque o seu Deus era melhor e mais generoso do que outros deuses.
No entanto, Jó tinha um problema dentro de casa. A vivência religiosa não é algo que se herda ou que se possa obrigar. Um pai pode ser uma pessoa muito fiel e não acontecer o mesmo com o restante dos membros da família. E isso ocorria com os filhos de Jó. Eles preferiam viver o momento e suas festas em curto prazo do que pensar na eternidade. Jó conhecia essas irregularidades e, como pai responsável, oferecia sacrifícios pelos pecados dos filhos. Talvez pensasse que, fazendo isso, eles se voltariam para Deus e mudariam de vida.
Gostaria que você imaginasse esses filhos ao lado do pai no momento dos sacrifícios: olheiras enormes, fruto de noites sem dormir, olhar cansado por causa das festas, posição submissa e desejosa de que aquilo terminasse logo, suspiros de tédio. Eles não tinham o menor interesse na religião. Jó era um homem espiritual; seus filhos não.
Talvez você seja pai, e Jó deva ser o seu modelo. O anelo de que os nossos entes mais queridos se encontrem com Jesus e vivam um relacionamento vivo com Ele nunca deve cessar. Talvez você seja filho. Se assim for, os filhos de Jó não devem ser seus modelos. A religião familiar não se herda; ela se aprende. Não estamos falando de ritos, de costumes ou de formas. Falamos de um encontro pessoal – sim, pessoal – com Deus. Não há suficientes sacrifícios de um pai que superem um minuto de relação verdadeira com o Senhor. Compartilhar a religião da família é uma coisa boa. Viver a religião da família é espetacular.