No último domingo, dia 7, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) coordenou uma operação bem-sucedida para resgatar um filhote de onça parda, encontrado em condições delicadas no município de Monte Alegre, região oeste do Pará. O animal, que apresentava sinais de desidratação e desnutrição, foi localizado após um pedido de ajuda da prefeitura local à Semas, visando garantir seu bem-estar e recuperação.

A ação conjunta envolveu a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Monte Alegre, o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e diversas unidades da Semas, incluindo a Gerência de Fauna, Flora, Aquicultura e Pesca (Gefap/DLA) e a Gerência de Fiscalização de Fauna e Recursos Pesqueiros (Gefau/Difisc). O resgate mobilizou esforços desde quinta-feira até o domingo, culminando com o transporte do felino até o Centro Amazônico de Herpetologia, situado em Benevides, na Região Metropolitana de Belém.

Segundo Talita Praxedes, gerente da Gefap, “o filhote de onça parda estava em estado crítico de saúde, necessitando urgentemente de cuidados especializados”. A transferência do animal contou com apoio logístico crucial do Graesp, que conduziu o felino de Monte Alegre até Belém, onde foi recebido e posteriormente transportado para Benevides.

Rodolpho Zahluth Bastos, secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, enfatizou a importância da cooperação entre as instituições envolvidas. “Esta operação demonstra o sucesso alcançado quando trabalhamos em conjunto para preservar nossa fauna. A parceria entre a Semas, a prefeitura de Monte Alegre, o Graesp e o Centro de Herpetologia foi essencial para assegurar o bem-estar deste filhote”, destacou.

Cleucivan Viana, tecnólogo da Secretaria de Meio Ambiente de Monte Alegre, expressou gratidão pela colaboração da Semas. “A Semma de Monte Alegre reconhece e valoriza imensamente a parceria com a Semas, que possibilitou o resgate e transporte seguro deste filhote. Estamos à disposição para futuras ações em prol da conservação ambiental”, afirmou.

O coronel Armando Gonçalves, diretor do Grupamento Aéreo, ressaltou o compromisso do Graesp com a preservação ambiental, especialmente diante da proximidade da COP 30 em Belém. “Nosso grupamento continua dedicado a apoiar operações que visem à proteção da fauna e flora, contribuindo para um ambiente sustentável”, concluiu.

Essa colaboração exemplar reforça a importância da união de esforços para garantir o cuidado e a preservação da fauna amazônica, especialmente em momentos cruciais como o resgate e recuperação de animais em situação de vulnerabilidade.

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A preservação dos quelônios é fundamental para a continuidade da biodiversidade na região amazônica, e o Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), tem realizado ações importantes em várias regiões do estado para proteger essas espécies.

Com o apoio de órgãos públicos, iniciativa privada e comunidades locais, o Ideflor-Bio trabalha na proteção das áreas de desova, monitoramento e acompanhamento das fêmeas e dos ovos, além de promover a soltura e a reintegração dos quelônios à natureza. Entre os municípios que participam dessas ações estão Salinópolis, na Região de Integração Rio Caeté; Senador José Porfírio, na região do Xingu; e São Geraldo do Araguaia, no sudeste paraense.

Atualmente, cerca de 10 mil fêmeas adultas são monitoradas pelo Ideflor, produzindo aproximadamente 600 a 800 ovos por ano. Somente no primeiro semestre de 2024, 3 mil quelônios foram soltos na região do Araguaia, conforme relatório do instituto.

Reprodução das Espécies

O técnico do Ideflor-Bio, Átila Melo, explicou que o período reprodutivo das tartarugas vai de agosto a dezembro. “Elas passam de 10 a 15 dias avaliando o local para desova e permanecem de 30 a 45 dias neste processo. Após a desova, os ovos são monitorados e, quando os filhotes nascem, são contados e soltos na natureza”, afirmou Melo. Esse trabalho é realizado com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semas), Ibama e do Batalhão da Polícia Ambiental (BPA).

Ações Regionais

Praia do Atalaia – Salinópolis: Em parceria com órgãos de segurança pública, o Ideflor-Bio protege três quilômetros da praia do Atalaia, importante área de desova para cinco espécies de tartarugas marinhas, incluindo a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea). No ano passado, cerca de 500 filhotes dessa espécie nasceram na área, protegidos em um berçário próximo à Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia.

Senador José Porfírio: No Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Tabuleiro do Embaubal, considerado o maior berçário de tartarugas da Amazônia na América Latina, o Ideflor-Bio monitora, coleta e solta quelônios. Em 2023, mais de 200 mil filhotes foram reintegrados à natureza na unidade de conservação.

São Geraldo do Araguaia: No Rio Araguaia, as ações de conservação se concentram em áreas específicas como a praia em frente ao porto do IAX e comunidades de Ilha de Campos e Santa Cruz. Em 2023, mais de 6 mil quelônios foram soltos em um único dia, resultado de um projeto liderado pelo aposentado Alípio Murici, com apoio do Instituto Ambiental Xambioá e do Ideflor-Bio. Alunos da rede pública, como Joana Silva, de 13 anos, participam da soltura dos filhotes, aprendendo sobre a importância da preservação.

Ameaças e Importância da Preservação

Os quelônios enfrentam ameaças como pesca incidental, perda de habitat, poluição, mudanças climáticas, tráfico ilegal, iluminação artificial e atropelamento. O trabalho do Ideflor-Bio é crucial para a preservação dessas espécies e a manutenção da fauna amazônica.

“A diretoria apoia integralmente o trabalho de desova das tartarugas em várias regiões do estado, garantindo a preservação de espécies, algumas delas ameaçadas de extinção. Este é um esforço contínuo ao longo do ano, com apoio de órgãos de fiscalização e prefeituras”, concluiu Elivelton de Carvalho, Diretor de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação (DGMUC).

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